domingo, 26 de janeiro de 2020

As perspectivas para a economia brasileira em 2020

       As perspectivas da economia brasileira para 2020 já estão dadas desde os anos de 2017, 2018 e 2019. Mas o ano de mudanças importantes, em termos de política econômica, certamente foi o último, sobretudo com a agenda de alterações colocada pela reforma da Previdência Social e a tentativa mais forte que já foi feita no Brasil, até agora, de se enfrentar o desajuste fiscal. Verdade seja dita, a situação brasileira de dispêndio público era tão precária até 2019, que não se limitava ao governo federal, abrangendo também estados e municípios.

Daí, então, a necessidade de se apontar a primeira grande vitória da política econômica da gestão Bolsonaro; vitória essa obtida no ano inaugural de mandato e de efeitos imediatos para 2020 – qual seja: a redução de pagamentos de juros da dívida pública. Ora, tal pagamento custava, anualmente, 100 bilhões de dólares, que eram transferidos ao setor privado. Rentismo puro!

Hoje, com a queda da taxa Selic para 4,5% (antes, 15% no governo Dilma) e com as operações da recompra de parte do estoque da dívida, houve uma economia de aproximadamente 25 bilhões de dólares, o que significa 100 bilhões de reais.       

A queda do custo da dívida, a qual não estava induzindo nenhum tipo de crescimento e, ao contrário, foi responsável pelas quedas nas expectativas dos principais atores da economia brasileira, como investidores, empresários e trabalhadores, precisava ser revertida imediatamente. Precisávamos ter um choque de expectativas positivas. Esse choque foi dado no final do ano, quando, em novembro – finalmente – foi feita a promulgação da Lei da Nova Previdência.

Sinais menores de melhora, no entanto, também foram dados em 2019, com uma série de medidas. Como exemplo, podemos citar o início do programa de desestatização e os programas de melhora do ambiente de negócios, com destaque para a Lei de Liberdade Econômica, para o combate à corrupção e para a Lei do FGTS, que deixou de onerar o trabalhador.

O ano de 2020 é, portanto, um ano de trabalho em que as reformas precisam continuar. Se o Brasil conseguir crescer em 2020 em torno de 2,5%, em termos reais, teremos uma vantagem enorme em relação ao passado, uma vez que as expectativas tendem a se confirmar quando é verificado que há um aumento da confiança por parte do consumidor, das empresas, dos empreendimentos em construção civil, do crédito imobiliário e, é claro, do crédito privado em geral. Estes são indicadores de que quem estava nocauteado, conseguiu se levantar, está respirando, e pode voltar para lutar no próximo round.